sábado, 15 de fevereiro de 2014

Crítica: Trapaça (American Hustle, 2013)

Direção: David O. Russel
Roteiro: David O. Russel
Com: Christian Bale, Amy Adams, Jennifer Lawrence, Bradley Cooper




  Dez (!) indicações ao Oscar, aclamado pela crítica e com todos os seus atores principais concorrendo às principais premiações. Este é ''Trapaça'', filme que, após suas primeiras exibições ao grande público, causou certa estranheza, e acabou por dividir opiniões. Nada mais justo, afinal, ''American Hustle'' é uma caça desesperada de Russel para vencer o Oscar, simplesmente chupando o estilo de filmar de Scorsese. ''Trapaça'' é apenas um filme ''ok'' superestimado pelos americanos.


  O diretor David O. Russel, para ter sucesso em sua busca pela estatueta (algo que parece que não vai acontecer), usa uma câmera rápida entre os personagens, zoons na rosto deles, narração em off, etc. Tudo isso me lembra um diretor...claro, Scorsese. Como se não bastasse, a trama é de crime e a montagem dinâmica dá ainda mais esse tom ''Sorsesiano'' para o filme.


  Ao menos, o filme é perfeito em termos de atuação. Bale está espetacular em seu papel, Adams igualmente fantástica, Cooper me surpreende sendo um ator que saiu do gênero ''comédia'' e começou a ter atuações incríveis, e Jennifer Lawrence, como sempre, maravilhosa em seu papel (divertidíssimo, aliás) dando uma loucura necessária à personagem. Jeremy Renner ainda interpreta com delicadeza o político Carmane.


  Porém, o roteiro é confuso. Não conseguimos entender com clareza os planos do FBI e as reviravoltas do filme, o final por exemplo, é ótimo, mas não entendi 50%, arrisco dizer. A história é clichê e desinteresante, e boa parte do filme, é composta por uma chatice quase insuportável.


  ''Trapaça'' não chega a ser um filme ruim, mas comparado a obras como ''Gravidade'', ''O Lobo de Wall Street'', ''Ela'' (que nem vi ainda, mas já adoro), o longa de Russel se torna automaticamente risível e sem importância. O diretor devia agora é agradecer aos atores por comporem 70% do que há de bom no filme.

NOTA: 6,5