sábado, 14 de setembro de 2013

Crítica: Rush - No Limite da Emoção (Rush, 2013)

Direção: Ron Howard
Roteiro: Peter Morgan
Com: Daniel Bhrül, Chris Hemsworth




  Ao contrário da grande parte de filmes de esporte, ''Rush - No Limite da Emoção'' felizmente, não cai em um velho problema: ser um filme apenas para os fãs de Formula 1. O mais novo longa de Ron Howard, se limita a ser um filme sobre corrida, e passa a se transformar mais numa biografia sobre a vida de dois grandes pilotos, e as dificuldades que tiveram ao longo de sua carreira. E o equilíbrio encontrado pelo cineasta entre os dois protagonistas é tão grande, que em nenhum momento temos alguém para torcer, entendemos ambos os pilotos. Por um lado, Nick Lauda é mais esforçado, passa mais tempo com sua mulher, tem mais disciplina, mas por outro, temos James Hunt divertindo mais o público, sendo mais carismático, e tentando acabar com essa rixa entre os dois. E vale lembrar, que ambos são interpretados com perfeição. O resultado ? O grande triunfo de 2013 até o momento.


  Aclamado no Festival de Toronto, ''Rush'' apresenta um belíssima fotografia, escura e quase seca, contrapondo com o excelente design de produção, recriando muito bem a época em que o filme se passa. O design dos carros também é excelente, e como se não bastasse, o filme quando necessário, apresenta ótimos efeitos especias. Para completar, temos a presença do sempre fabuloso Hans Zimmer, com sua trilha magnífica que já faz com que ''Rush'' mereça sua primeira indicação ao Oscar (outras viram).


  Não só beneficiado por seus aspectos técnicos, o filme ainda apresenta espetaculares atuações. Obviamente, se não fosse por seus atores, os protagonistas não iriam se identificar tanto com o público como identificaram, e com isso o filme estaria perdido. Mas felizmente, temos Daniel Bhrül interpretando Nick Lauda com perfeição, uma não-indicação ao Oscar seria um absurdo, o ator é fantástico em todos os momentos em que aparece. E Chris Hemsworth, que considerava um ator um pouco limitado por seu papel como Thor, aqui dá um show de atuação, não decepcionando em nada.


  Mas ''Rush'' não tem apenas qualidades técnicas e de atuações, o roteiro consegue buscar o equilíbrio perfeito entre os dois personagens principais, e as ''sub-tramas'', envolvendo os interesses amorosos dos dois personagens não são de graça, tem uma importância crucial na história, e o que é o melhor, de maneira alguma quebram o ritmo. Morgan também acerta no seu roteiro em conseguir também emocionar, em especial em seu terceiro ato, pode até conseguir tirar lágrimas de qualquer um, sendo uma grande lição de vida.


  Porém, não pense que o filme não vai deixar loucos os fãs de Formula 1, o longa apresenta uma grande fidelidade aos fatos originais e verdadeiros, além de alguns diálogos envolvendo o esporte que faz com que esse público se divirta muito. Para completar, ''Rush - No Limite da Emoção'' apresenta corridas de tirar o fôlego. São tensas, o público sempre espera que o pior aconteça, além de empolgantes e emocionantes, orquestradas sob a magistral trilha sonora.


  Contendo além de tudo, um humor para não deixar a coisa tão tensa, ''Rush'' talvez seja o exemplo de como os filmes de esporte deveriam ser, funcionando tanto para fãs, como para apenas apreciadores de um bom cinema. Pois é exatamente isso que Ron Howard nos dá: um aula de como fazer um cinema de verdade.


NOTA: 9-EXCELENTE





 

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