sábado, 31 de agosto de 2013

Crítica: Os Estagiários (The Internship, 2013)

Direção: Shawn Levy
Roteiro:  Vince Vaughn, Jared Stern
Com: Owen Wilson, Vince Vaughn, Rose Byrne




  Assistindo a ''Os Estagiários'', fica mais do que evidente que  fazer uma mega-propaganda á empresa Google é um dos grandes objetivos do filme. A quantidade de momentos em que o filme simplesmente para para falar sobre as maravilhas que é a empresa, infelizmente é grande. Porém, com sorte, tudo isso é inserido de maneira divertida e descontraída pelos realizadores, fazendo com que o filme ''The Internship'' seja uma comédia totalmente recomendável. Mesmo que sofra com seus deslizes no roteiro, ao menos podemos ver que as comédias recentes não estão perdidas.


  Tendo como protagonistas Owen Wilson e Vince Vaughn, os atores conseguem formar uma dupla interessante de se ver na tela, tendo uma ótima química. Mesmo que seja mais do mesmo, pois ambos os artistas não diferem muito de personagens que já viveram em tela, a sorte é que esses protagonistas repetidos sejam completamente carismáticos. Aliás, um dos grandes acertos de ''Os Estagiários'' é ter personagens muito interessantes e que simpatizam com o público. O resto dos jovens que fazem parte do grupo de estagiários, mesmo que todos nerds e geeks, conseguem se distinguir entre cada um, não só isso, como todos, sem exceção nenhuma são divertidíssimos, assim, a maneira de como eles são desenvolvidos é muito bem construída.


  O roteiro, além de ser competente em seus personagens, também acerta em fazer uma crítica de como está difícil se sobressair no mercado de trabalho hoje em dia (''Hoje 1/4 dos jovens que saem da faculdade não tem emprego.'' diz um personagem). Porém, ''Os Estagiários'' comete um erro completamente inaceitável para um filme de comédia: não tem graça na maioria das vezes. Grande parte das piadas soltadas pelos personagens são simplesmente sem graça, o resultado é o cinema parecendo um show de stand-up em que o comediante fica parado com cara de bobo pelo fato de sua piada ser ruim. Além disso, por falta de criatividade o roteiro tem piadas como ''como você é gordo!'', o tipo mais infantil e sujo de se tirar o riso do espectador.


  Como se não bastasse, o filme, em cada quinze minutos joga uma lição de vida de ''como dar a volta por cima'' ou ''pense no seu futuro !'' de uma maneira bem irritante.  Porém, assistir ao longa é uma experiência muito divertida. A trama, apesar de previsível, é envolvente e gostosa de se assistir,além do roteiro conter inúmeras referências á cultura pop, tendo até uma cena de uns 10 minutos de quadribol ! (é muito bom perceber que a casa dos protagonistas é Lufa-Lufa, que como os fãs de Harry Potter bem sabem, é a casa dos ''perdedores'', mas que prezam muito a amizade acima de tudo, e são muito leais, o que é exatamente o que o grupo é no filme.)


  O filme ainda conta com um ótimo design de produção, a empresa do Google por exemplo, é o lugar dos sonhos: toda colorida, lotada de tecnologia, com inovações, etc. Além da trilha, que não só acerta em introduzir canções de outros artistas, como também quando é original, em um estilo mais ''computadorizado''.


  ''Os Estagiários'' é um filme que dificilmente desagradará quem está procurando uma diversão, pois ela é atendida com personagens carismáticos e uma trama bacana. Porém, se querem um filme  inteligente de negócios, sobre como arranjar um bom emprego e ter sua própria empresa, sugiro que fiquem em casa,  e aluguem ''A Rede Social'', de David Fincher. Mas ''Os Estagiários'' é um belo filme pipoca que trata o público com respeito.

NOTA: 7-BOM






quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises, 2012)

Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan, Jonathan Nolan e David Goyer
Com: Christian Bale, Tom Hardy, Anne Hathaway, Gary Oldman, Joseph Gordon-Levitt




  Quatro anos antes do lançamento de ''Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge'', surgiu um filme que surpreendeu a todos nós. Ninguém esperava uma qualidade de filme de herói tão imensa quanto foi a de ''Batman - O Cavaleiro das Trevas'' (2008), que é até hoje, a grande obra-prima do gênero. Recordes de bilheterias foram quebrados, com isso, Nolan e sua equipe voltaram para o terceiro longa da franquia (sétimo, se contarmos a quadrilogia anterior). Porém, com uma condição: o cineasta queria encerrar sua franquia de vez, fechando um arco com esse novo filme. A expectativa e ansiedade foram enormes, boatos sobre o filme foram feitos (a aparição do Robin, por exemplo), e esse se tornou um dos filmes mais esperados da história do cinema. E felizmente, quando chegou em julho de 2012, fomos presenteados com mais uma obra para ser aplaudida de pé, e mesmo que ''Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge'' talvez não supere o filme anterior (mesmo nível ou um tiquinho abaixo), o filme consegue fechar uma história de uma maneira que poucos conseguiram, se tornando outra grande obra dos últimos anos.


  Escrito pelo mesmo time do filme anterior, o roteiro toma como ponto de partida duas grandes obras: ''A Queda do Morcego'' (cujo não li ainda) e ''O Cavaleiro das Trevas'', que como já disse aqui no blog, é a minha preferida do Homem-Morcego. Dos três filmes, talvez esse seja o mais ''filme de herói''. Dessa vez a trama não gira em torno de crimes policiais, mas sim de ataques terroristas. O vilão, usa uma máscara (o Espantalho também usava, mas em poucas cenas) e temos alguns clichês presentes em filmes desse gênero: luta de ''mocinho e vilão'' e uma grande guerra no final do filme. Porém, nunca perdendo a seriedade e realismo construídos pelos dois filmes anteriores, o drama em cima dos personagens (mesmo que nesse aspecto, The Dark Knight dá uma lavada) e um ótimo desenvolvimento destes.


  Mas o maior mérito do filme está em fechar uma trilogia de maneira digníssima. No final do filme, percebemos que Bruce Wayne já teve sua redenção, já conseguiu o que queria, virou o símbolo. Por isso, passou o manto para John Blake (o Robin). Com isso, percebemos que desde 2005, quando foi lançado o primeiro filme, os realizadores tinham em mente realmente fazer uma trilogia para o personagem, com seu começo, meio, e fim. Além de, como sempre, ser mais que apenas um entretenimento e abordar diversos assuntos e ideologias por meio, de, principalmente Bruce Wayne.


  Mas mesmo com tudo isso, ''O Cavaleiro das Trevas Ressurge'' não deixa de ser uma aventura com espetaculares cenas de ação (a perseguição, na primeira aparição do Batman, por exemplo), ser emocionante, ter referências que deixaram os fãs de Batman malucos (''Oh garoto, você vai ver um show hoje !'')e empolgante para qualquer um.


  O filme ainda conta com personagens mega carismáticos e seus atores dando o melhor de si em seus respectivos papéis. Christian Bale mostra mais uma vez o porque de ser o melhor Batman até agora, Tom Hardy e seu vilão Bane conseguem ter uma grande ameaça, carisma, e uma incrível presença de tela. Toda hora que o vilão aparece sentimos o medo que é estar junto dele. A Mulher-Gato de Anne Hathaway também possui as características necessárias para o seu personagem, e é interessante notar a capacidade de sua atuação na cena em que está num restaurante junto com o assistente de John Dagget. Para completar, Joseph Gordon-Levitt mostra mais uma vez porque é na minha opinião um ator que pode ser brilhante daqui uns anos, sorte de ter um bom futuro pela frente.


  ''Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge'' fecha um ciclo, a melhor adaptação de um herói para as telas, e que dificilmente será superada. Além de que, tenho um carinho especial pelo filme, afinal, ele que me levou ao cinemas, foi através dele que fui atrás de clássicos e assim me tornei de vez um cinéfilo apaixonado.
Agora é esperar a nova versão que será no mesmo universo de ''O Homem de Aço'', tomara que não desaponte, mas ser melhor que essa, isso sim será um tarefa difícil.


NOTA: 10- OBRA-PRIMA




quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Crítica: Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008)

Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan e David Goyer
Com: Christian Bale, Heath Ledger, Gary Oldman, Aaron Eckhart



  Se em ''Batman Begins'' o diretor Christopher Nolan havia nos inserido em um universo sombrio e realista, aqui ele repete a dose, porém, incluindo um drama estrondoso para cada um dos personagens, a ponto de te deixar exausto após os créditos finais subirem. Utilizando assim, a fantástica figura do Coringa, vivido de maneira brilhante por Heath Ledger (venceu o Oscar pelo papel), que explora o lado mais psicológico possível dos nossos heróis. O resultado não é apenas o melhor filme de herói já feito (ou será mais do que isso ?) mas também um triunfo inegável do cinema dessa década.

 
  Dessa vez, o Goyer (junto dessa vez com os irmãos Nolan) obviamente deixa ''Ano Um'' de lado, apostando em uma nova HQ, que particularmente é a minha segunda favorita do morcego: A Piada Mortal. Porém, é claro que o filme não segue a história do quadrinho, captando somente sua essência, que é nada mais nada menos que o Coringa tentando provar que basta um dia ruim para a pessoa  cair em completa decadência, e sua alma se corrompe de vez. Na HQ, a vítima é o comissário James Gordon, porém, no filme é Harvey Dent, o único que na mente de Bruce Wayne, pode substituí-lo para limpar Gothan. Uma ideia explorada de maneira espetacular pelo roteiro, em que Bruce quer ter apenas uma vida normal com Rachel, mas que é obrigado a sacrificar-se para salvar a cidade que ama.


  E como eu falei, basicamente todos os personagens tem seu drama. Harvey Dent, é talvez o mais afetado, com a morte de sua amada (aliás, decisão corajosa do roteiro de matar a ''mocinha'' do filme) se transformando no terrível Duas-Caras, um transformação incrível. Também vemos o sofrimento de Jim Gordon querendo apenas salvar sua família, o próprio Bruce Wayne, tendo que ser um'' babaca'' e não ficar com a mulher que ama apenas para salvar pessoas inocentes, porém infelizmente ocorre o contrário. E no final, tendo que fazer papel de vilão para salvar Gotham.


  E todo o caos de Gotham é transferida á figura de um único ser: O Coringa. O vilão, que é um dos meus preferidos, apresenta não só uma ameaça imensa, como também planos inteligentes, carisma e uma capacidade de roubar a cena incrível. Tudo isso é claro, possível apenas pelo fato de que infelizmente o hoje falecido Heath Leder faz sua interpretação antológica. O Oscar para deixar o ator na história, eu considero um dos mais merecidos.


  Mas se em ''Batman Begins'' o cineasta havia falhado em sequências de ação, aqui o erro não se repete. As cenas de ação (em especial a perseguição de caminhões) são absolutamente fantásticas e envolventes, um acerto necessário para um filme de herói. Além de efeitos magníficos, e mais uma vez um trilha sonora absolutamente espetacular de Hans Zimmer.


  De um forma geral, ''O Cavaleiro das Trevas'' é mais uma adaptação perfeita do Batman para as telas, para qualquer fã se sentir orgulhoso de ter um herói desses em seu coração. Assistir ao filme é como abrir uma história em quadrinhos: emocionante, envolvente e divertida. Tudo, é claro, com o toque preciso de Christopher Nolan.

NOTA: 10- OBRA-PRIMA










terça-feira, 27 de agosto de 2013

Crítica : Batman Begins (Batman Begins, 2005)

Direção: Chistopher Nolan
Roteiro: David Goyer
Com: Christian Bale, Katie Holmes, Liam Nesson e Michael Cane



  Com toda esse entusiasmo e agitação de ''Batman Vs Superman'' e bomba do mês revelando que Ben Affleck será o novo Homem-Morcego, fiz uma loucura: comecei a jogar de novo o fantástico ''Batman: Arkhan City'', li pela segunda vez simplesmente a melhor HQ da minha vida, ''Batman: O Cavaleiro das Trevas'', de Frank Miller e é claro, revi a saudosa trilogia de Christopher Nolan. Então pensei que, porque não escrever sobre cada filme ? Afinal, o momento é mais do que apropriado, e essa é uma das minha trilogias favoritas. Pois bem, começamos então com o primeiro obviamente: Batman Begins.


  Como todos bem sabem, antes de 2005 o momento do morcegão não era lá essas coisas. O circuito do Batman nos cinemas começou com ''Batman'' (1989) e mais tarde ''Batman: O Retorno'' (1992). Ambos, filmes sem dúvida extremamente eficientes, sendo uma aventura ótima e envolvente. Porém, mal conhecíamos Bruce Wayne, o sujeito era tão explorado quanto Alfred, também não era vista nenhuma ideologia, e inegavelmente, eram filmes muito superficiais. Logo depois, Tim Burton saiu da direção, para dar a chance á Joel Schumacher, mas pra quê... O cineasta, além de incapaz de agradar nem um tiquinho os fãs, conseguiu acabar com o herói, afundando-o de vez na má fase, com seus pavorosos ''Batman Eternamente'' e ''Batman e Robin''.


  Mas felizmente, havia uma luz no filme do túnel. Em 2003, foi anunciado um reboot do Cavaleiro das Trevas, que seria comandado nada mais nada menos que o diretor de ''Amnésia'' (Memento), o, hoje gênio, Christopher Nolan. Mas e aí, ele cumpriu as expectativas ? Tirou o nosso herói preferido da lama ? Com felicidade, digo que sim. ''Batman Begins'' agradou os fãs de maneira incomparável, a crítica então, foi absurda, ''apenas'' 84% de aprovação no Rotten Tomatoes (maior site de críticas do mundo) e ao lado de ''Homem-Aranha 2'', até aquele momento foi o único filme de herói que conseguiu humanizar e nos tornar íntimos do personagem de maneira jamais vista, além de provar que sim, filmes de heróis podem ser algo mais que um simples entretenimento.


  Com elementos da fantástica (uma de minhas favoritas) HQ ''Batman: Ano Um'', o roteiro escrito por Goyer consegue, como já disse, humanizar o personagem de maneira espetacular. Entendemos o que Bruce quer, seus sentimentos, medos, etc. E sua decepção ao saber que para limpar Gothan de vez tem que sacrificar o que mais importava para ele, é muito bem explorada, e estou falando de é claro, o seu sobrenome. E pela primeira vez, temos um Batman visto nos quadrinhos: aquele que mete porrada nos capangas, sai interrogando todo mundo, surge das sombras para atacar o adversário. Coisa só vista em ''Batman Begins''.


  E é por isso, que a atuação de Christian Bale se sai extremamente bem ao carregar todo esse peso dramático necessário para o personagem, o resultado é a personificação quase perfeita de Bruce Wayne (eu digo quase, pois sinceramente o que falta a ele é simplesmente parecer com o personagem). Temos também Liam Nisson igualmente espetacular, Michael Caine com um Alfred fantástico, e Katie Holmes como Rachel em sua competente atuação, com a ajuda do roteiro em não transformá-la apenas na ''moçinha'' (erro cometido por Homem-Aranha)


  Mas o elogios não param por aí, Nolan mais uma vez prova sua genialidade e competência em sua direção. Dando um tom realista proposto pelo roteiro de Goyer, e também obviamente conseguindo alternar bem para os momentos de mais tensão, ou emoção, tristeza, e até comédia ! Isso com a ajuda do fantástico Hanz Zimmer na trilha sonora, que hoje digo sem medo que é meu compositor predileto.


  Porém, infelizmente ''Batman Begins'' comete seus deslizes, e principalmente estão em sua ação. O diretor, falha nessas cenas com cortes rápidos demais e enquadramentos não muito inteligentes, com isso nos perguntamos o que está acontecendo dentro da cena, o espectador fica perdido.


  Mas diante das qualidades do filme, isso pouco importa, pois ''Batman Begins'' não foi apenas um filme espetacular, como também um pontapé para que todos os filmes baseados em quadrinhos inserissem seus personagens em um universo realista, assim é interessante ver suas atitudes. Em certo momento do filme, Batman quebra um carro, puxa o criminoso Falcone e solta a famosa frase ''I´m Batman'', em seguida dá uma cabeçada no vilão, e o que passou pela minha cabeça foi simples: esse que estou presenciando é a adaptação perfeita do heróis para os cinemas.


NOTA: 9-EXCELENTE