Roteiro: Justin Haythe e Ted Elliott
Atuações: Armie Hammer, Johnny Depp e Helena Bohan Carter.
''O Cavaleiro Solitário'' é o segundo filme do cineasta Gore Verbinsky em que fico quase 3 horas na sala de cinema sendo mergulhado em uma imensa chatice. Estou me referindo á ''Piratas do Caribe: No Fim do Mundo''. Mas a diferença é que, ao menos o filme de piratas tinha uma construção dramática de fundo (principalmente em cima do vilão), já nesta nova produção de 2013, o diretor não esconde sua lentidão, transformando a experiência de assistir ''O Cavaleiro Solitário'' em um interminável aborrecimento.
Logo de início, já somos jogados em uma ridícula cena de ação em que há um conflito em cima de um trem. Os roteiristas parecem não respeitar a inteligência do público, e nas sequências de ação (em especial essa do trem) nos proporcionam passagens absurdas, como em atirar um pedaço de pau que coincidentemente cai entre os dois protagonistas e os salvam da morte. Ou então fazer o personagem de Armie Hammer sai voando em cima de uma corda como se fosse o Homem-Aranha.
Os roteiristas falham também, em inserir o velho clichê de que o filme inteiro é contado de um dos personagens principais para um criança, obviamente para aumentar a duração do longa. Como se não bastasse, ainda temos a personagem de Helena Bohan Carter sem nenhuma função ao não ser atirar nos vilões com sua ''perna atiradora'' (não, você não entendeu errado).
Além de tudo isso, somos jogados em alguns flashbacks totalmente descartáveis e cansativos, como um de pelo menos 10 minutos contando a origem de Tonto (Depp). Falando em Johnny Depp, confesso que fiquei surpreso com seu personagem. Por mais que sua fórmula já tenha se esgotado e o ator tem que pensar nos papéis que aceita, ao menos consegue gerar algumas boas risadas.
Hammer também se dá bem como protagonista, mas um ator de tanto talento não pode aceitar papéis de filmes medíocres como esse. Não é possível que o mesmo ator que fez os gêmeos no excepcional ''A Rede Social'' fez filmes como ''Encantada'' e agora ''O Cavaleiro Solitário''.
O que salva ''O Cavaleiro Solitário'' de não ser um desastre completo são três elementos. Um é o humor, algumas piadas (não todas, mas algumas) funcionam bem. E a fotografia e direção de arte também estão de parabéns. O trabalho para reconstruir os cenários daquela época se sai muitíssimo bem, e a fotografia se ressalta ainda mais bela no lindos planos aéreos do diretor. Não posso deixar de comentar sobre o terceiro ato, que se seguisse a linha de seus primeiros 15 minutos (em que há uma grande tensão) iria se tornar excelente.
Mas a sensação após a sessão é de decepção, pois quem pensou que Verbinsky iria desencadear bons filmes após a ótima animação ''Rango'' (2011), se enganou. Ao menos o filme serviu para alguma coisa: O fracasso de bilheteria foi grande, o que significa que Depp em seus papéis de louco não chamam mais o público para o cinema, torcemos para que o ator repense a carreira.
NOTA: 5-RUIM
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