sexta-feira, 28 de março de 2014

Fase 2 da Marvel nos cinemas: o que esperar ?

  A Marvel vem conquistando algo admirável nos cinemas: fazer filmes decentes (a maioria, vamos deixar de lado O Incrível Hulk, Thor 1 e afins) ao mesmo tempo que atinge um número gigantesco nas bilheterias. Só para ter uma ideia, ''Os Vingadores'' e ''Homem de Ferro 3'' estão no Top 10 de maiores bilheterias da HISTÓRIA do cinema, é um feito marcante para um distribuidora que chegou no cinema apenas recentemente.


  A Fase 1 foi ao menos eficiente: começou excepcionalmente bem com talvez o melhor filme do estúdio, ''Homem de Ferro'' (nota 9/10), decepcionou na adaptação do Gigante Esmeralda para a telona, no fraco ''O Incrível Hulk'' (nota 5/10), melhorou o nível, mas não tanto como estava bem no início, com o bom (quase ótimo) ''Homem de Ferro 2'' (nota 7/10), mais uma vez desaponta com o genérico, meloso e boring ''Thor'' (6/10), sobe muito o nível com o super divertido, fã de Spielberg e aventuresco ''Capitão América: O Primeiro Vingador'' (8/10), e culminou, com a terceira maior bilheteria de todos os tempos e um dos blockbusters mais divertidos dos últimos anos, ''Os Vingadores'' (9/10).



                                                   




   Mas uma coisa sabemos: a Marvel é imprevisível. As vezes sai coisa boa, as vezes  não é bem assim. E a Fase 2, que já tem dois filmes, prova isso. ''Homem de Ferro 3'' foi apenas bom, analisando criticamente, nada mais que isso, já ''Thor 2: O Mundo Sombrio'', um baita entretenimento, divertido pra caramba, e pouca gente não gostou. Restam mais TRÊS filmes, e aí, o que esperar deles ?


Capitão América: O Soldado Invernal



É quase certeza: será ótimo. Os trailers são demais, parece que vão fazer um thriller conspiratório mais do que um simples filme de herói, cheio de fantasia. As cenas de ação mostradas parecem ótimas, e o vilão, O Soldado Invernal, nada menos do que interessantíssimo. E o mais animante são as primeiras críticas do filme, dizendo que se trata de um filme de ação espetacular (sim, espetacular) e alguns até dizem que é um dos melhores filmes de ação dos últimos anos, e não só isso, como o melhor filme da Marvel. Ansiedade grande.



Guardiões da Galáxia


É a maior aposta da Marvel. Pode dar muito errado nas bilheterias, pode dar certo, mas parece ser bom. A ideia é interessante, os personagens aparentemente carismáticos e o trailer INCRÍVEL, tem uma pegada completamente inesperada para um filme de heróis. É uma aventura Marvel mais adulta no espeço, boto muita fé e estou mega-ansioso.


Os Vingadores: A Era de Ultron



É a sequência de ''Os Vingadores'', eu realmente preciso dizer algo mais ? Sim, preciso, porque se não o texto fica simples, curto e ruim. Então vamos lá: a premissa é muito bacana, o robô-vilão Ultron é uma armadura do Tony Stark que por motivos que não sabemos cria vida própria e vira inimigo dos Vingadores por motivos que também não sabemos. Vão adicionar o Mercúrio e a Feiticeira Escarlate no time, o que é ótimo. Não sei bem o que esperar, como já disse, a Marvel é imprevisível.


  E é isso. Todos adoramos a Marvel, com filmes bons ou não. Todos os seus próximos projetos chamam atenção, vamos só aguardar e descobrir quais deles conseguem sobreviver a ira do exigente público, e os que não.











sábado, 8 de março de 2014

Crítica: Ela (Her, 2013)

Direção: Spike Jonze
Roteiro: Spike Jonze
Com: Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Amy Adams, Chris Pratt





  Quem já viu, pelo menos, ''Quero Ser John Malkovich'', sabe que ao assistirmos a um filme de Spike Jonze a última coisa que iremos ver é falta de originalidade, clichês e um ambiente sem inventividade. O diretor/roteirista cria em seus filmes mundos maravilhosos, originais, novos, e ainda, lotados de personagens interessantes, sensíveis e fácil de nos identificarmos. ''Ela'' talvez não seja seu melhor trabalho, mas é, sem dúvida, um triunfo belíssimo para a filmografia do artista.


  Indicado a 5 Oscars (e vencedor de um, Roteiro Original, obviamente por sua inventividade já brevemente citada no texto), ''Her'' é de uma bela fotografia, ajudando a compor um ambiente mais moderno, com planos as vezes estáticos, mas ainda em alguns momentos um câmera tremida, quando acompanhamos Theodore (Phoenix) em alguns momentos marcantes, ou em alguns flashbacks. Aliás, apesar de exagerar, o diretor acerta ao trazer várias cenas em que vemos memórias de Theodore, em que não ouvimos os sons dos personagens ou do ambiente, mas apenas da trilha sonora ou de algum narrador. A fotografia apresenta uma paleta colorida, clara, basicamente nunca cinzenta ou sombria, em outro bom acerto do filme.


  O ambiente em que se passa ''Her'' é fantástico. O filme nunca nos diz o ano, o que deixa ainda mais interessante, pois mesmo com um baixo orçamento, o longa consegue nos transportar para um mundo completamente verossímel, em um visual que mescla modernismo com um estilo ''retrô''. Ao fundo dos personagens somos cercados de cores vivas (vermelho, amarelo, azul), o que deixa o filme, além de tudo, visualmente interessante.


  E o roteiro, vencedor do Oscar, é sim um dos melhores do ano. Além de (novamente) nos transportar para um mundo interessante, tem diálogos maravilhosos, em alguns momentos quase poéticos, e personagens interessantíssimos (Jonze acerta ao colocar como protagonista, uma figura que após divórcio se tornou completamente anti-social e sem muita razão para viver). Samantha é genial, engraçada, e o fato de ser um O.S. (Sistema Operacional), já a torna em uma figura nova e bem interessante.


  Aliás, os atores dão vida a esses personagens de maneira genial, é incrível, por exemplo, a maneira que Joaquim Phoenix viveu um personagem repugnante ano retrasado (em O Mestre, naquela atuação absolutamente brilhante em um filme excelente, ainda a melhor de sua carreira) e aqui em ''Ela'' compõe um homem com uma sensibilidade absurda, em uma performance genial. E Johansson, desprovida do corpo, faz sem dúvida alguma a melhor atuação da sua carreira, dando apenas com sua voz uma excelente personalidade a Samantha.


  ''Ela'' é um dos melhores filmes de romances dos últimos anos, e o melhor produzido em 2013 (junto com Azul é a Cor Mais Quente, que aliás, é interessante notar que ambos os filmes não trazem um casal de homem de mulher). Spike Jonze proporciona ao público neste filme sua belíssima visão do amor.


NOTA: 9,0

sábado, 1 de março de 2014

Crítica: 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave, 2013)

Direção: Steve McQuenn
Roteiro: John Ridley
Com: Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender, Lupita N'Youngo





  Favorito para a cerimônia deste domingo (é claro, o Oscar), ''12 Anos de Escravidão'' é, de uma agradável surpresa, um filme excepcional que vem sendo premiado pelo mundo (digo surpresa, pois os festivais parecem adorar filmes ''oks''). Capaz de arrancar lágrimas, Steve McQueen (do elogiado Shame) nos entrega um filme forte, ao mesmo tempo que não seja tão incômodo (como Amour, do ano passado). Parece que, desta vez, o Oscar pode acertar, e não será nada menos que justo.


  Partindo do livro do personagem principal, o roteiro acompanha Solomon Northup, um homem livre, que por estranhas razões acaba virando um escravo novamente. McQueen simplesmente não perdoa em nos chocar: a primeira ''chicotada'' do filme, é uma cena fortíssima, em que vemos a gravidade do que está acontecendo (naquele momento, Solomon é tratado como um animal). E não posso não comentar os fantásticos planos do diretor, desde aquele em que Solomon está sendo enforcado, e vemos crianças brincando ao fundo, como se nada estivesse acontecendo, até um absolutamente brilhante plano-sequência, em que o monstro interpretado por Michael Fassbender chicoteia (e manda chicotear) uma escrava (a vivída por Lupita).


  Aliás, o roteiro se saí extremamente bem. A escolha de fazer o personagem de Fassbender se apaixonar por uma escrava, é fantástica, ainda mais da maneira de que o ''romance'' é conduzido (por esse seu amor por ela, o senhorio simplesmente a arrebenta). A pureza dos diálogos são fenomenais, em alguns momentos os discursos de Solomon são inspiradores, e as monstruosidades ditas por homens brancos são assustadores.


  Da mesma maneira que ver certa ''compaixão'' de alguns brancos em negros é interessante, mas logo descobrimos que eles nada se importam e os tratam como criaturas inferiores (o maior exemplo, é Mestre Ford, de Benedict Cumberbatch). O filme ainda traz momentos lindíssimos (a cantoria no enterro de um personagem secundário, a sequência final, ou o choro de Solomon).


  E as atuações podem já ir para o grupinho ''melhores dos últimos 10 anos''. Chiwetel está absolutamente fantástico (sua improvável vitória no Oscar seria bem-vinda). Fassbender está assustador, dá medo, espetacular. Lupita, antes desconhecida, já é quase certa vitoriosa no Oscar, também excelente (na pela da personagem mais sofrida do longa). O filme ainda traz os excelente Benedict Cumberbatch e Paul Dano, ambos ótimos, e ainda Paul Giamatti, convincente em seu papel.


  ''12 Years a Slave'' é sem dúvida um dos filmes mais poderosos dos últimos anos, e talvez um dos melhores de seu tema (a escravidão, claro). Steve McQueen dá um passo imenso em sua filmografia, e desde já, mal posso esperar por seu próximo projeto. Enquanto isso, ''12 Anos de Escravidão'' vai ficar na minha mente por muito tempo.


NOTA: 9,5