sábado, 1 de março de 2014

Crítica: 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave, 2013)

Direção: Steve McQuenn
Roteiro: John Ridley
Com: Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender, Lupita N'Youngo





  Favorito para a cerimônia deste domingo (é claro, o Oscar), ''12 Anos de Escravidão'' é, de uma agradável surpresa, um filme excepcional que vem sendo premiado pelo mundo (digo surpresa, pois os festivais parecem adorar filmes ''oks''). Capaz de arrancar lágrimas, Steve McQueen (do elogiado Shame) nos entrega um filme forte, ao mesmo tempo que não seja tão incômodo (como Amour, do ano passado). Parece que, desta vez, o Oscar pode acertar, e não será nada menos que justo.


  Partindo do livro do personagem principal, o roteiro acompanha Solomon Northup, um homem livre, que por estranhas razões acaba virando um escravo novamente. McQueen simplesmente não perdoa em nos chocar: a primeira ''chicotada'' do filme, é uma cena fortíssima, em que vemos a gravidade do que está acontecendo (naquele momento, Solomon é tratado como um animal). E não posso não comentar os fantásticos planos do diretor, desde aquele em que Solomon está sendo enforcado, e vemos crianças brincando ao fundo, como se nada estivesse acontecendo, até um absolutamente brilhante plano-sequência, em que o monstro interpretado por Michael Fassbender chicoteia (e manda chicotear) uma escrava (a vivída por Lupita).


  Aliás, o roteiro se saí extremamente bem. A escolha de fazer o personagem de Fassbender se apaixonar por uma escrava, é fantástica, ainda mais da maneira de que o ''romance'' é conduzido (por esse seu amor por ela, o senhorio simplesmente a arrebenta). A pureza dos diálogos são fenomenais, em alguns momentos os discursos de Solomon são inspiradores, e as monstruosidades ditas por homens brancos são assustadores.


  Da mesma maneira que ver certa ''compaixão'' de alguns brancos em negros é interessante, mas logo descobrimos que eles nada se importam e os tratam como criaturas inferiores (o maior exemplo, é Mestre Ford, de Benedict Cumberbatch). O filme ainda traz momentos lindíssimos (a cantoria no enterro de um personagem secundário, a sequência final, ou o choro de Solomon).


  E as atuações podem já ir para o grupinho ''melhores dos últimos 10 anos''. Chiwetel está absolutamente fantástico (sua improvável vitória no Oscar seria bem-vinda). Fassbender está assustador, dá medo, espetacular. Lupita, antes desconhecida, já é quase certa vitoriosa no Oscar, também excelente (na pela da personagem mais sofrida do longa). O filme ainda traz os excelente Benedict Cumberbatch e Paul Dano, ambos ótimos, e ainda Paul Giamatti, convincente em seu papel.


  ''12 Years a Slave'' é sem dúvida um dos filmes mais poderosos dos últimos anos, e talvez um dos melhores de seu tema (a escravidão, claro). Steve McQueen dá um passo imenso em sua filmografia, e desde já, mal posso esperar por seu próximo projeto. Enquanto isso, ''12 Anos de Escravidão'' vai ficar na minha mente por muito tempo.


NOTA: 9,5


 

Um comentário:

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