domingo, 13 de abril de 2014

Crítica: Capitão América 2: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier, 2014)

Direção: Joe e Anthony Russo
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Com: Chris Evans, Scarlet Johansson, Sebastian Stan




  A exceção de seu primeiro longa, ''Homem de Ferro'', a Marvel tem um padrão: muito humor em excesso, ação e personagens divertidinhos. Em alguns casos isso dá certo, em outros não. ''Capitão América 2: O Soldado Invernal'', foge desse padrão, ele é sério, mais inteligente, com um estilo próprio, e mais preocupado em moldar seu personagem do que seu Universo, erro cometido em ''Homem de Ferro 2'', por exemplo. E não por coincidência, é no mínimo, o terceiro melhor filme do estúdio até aqui (Homem de Ferro ainda é meu favorito, mas é difícil escolher entre esse e Os Vingadores).


   Não é um filme inovador ou revolucionário, é um excelente exercício de um gênero (no caso, ação/espionagem). Portanto, nele há as reviravoltas, algumas soluções previsíveis, o vilão ''surpreendente'' no final, etc. E se isso é a maior fraqueza do longa, ao menos ela transforma esses erros em algo ótimo de se assistir. As cenas de ação, por exemplo, são absolutamente brilhantes (já digo que são as melhores de 2014 até então), e surpreendentes, visto que são muito mais fortes do que em outros filmes da Marvel (no filme a pancadaria é real e pesada, sem falar que muito bem dirigida e excelentemente coreografada).


   ''O Soldado Invernal'' também acerta ao ser um filme sobre o Capitão América, e não, sobre o Universo Marvel, é quase uma aventura isolada, mesmo que seu desfecho tenha dado um mudança crucial para o futuro da Marvel. Temos várias coisas do passado do herói aqui, ao mesmo tempo que o filme explora bem a relação do herói com o mundo de hoje. Outra coisa interessante do roteiro são seus questionamentos, aqui levantados em cima de um trama clichê (uma arma que deve ser impedida), mas que ainda assim funciona: estamos dispostos a dar quanto da nossa liberdade pela segurança ?


  O vilão do filme (do título) não aparece muito, mas é uma figura interessante por todo mistério que é envolvido em cima dele, e em termos de pancadaria é sensacional, assim como o Falcão é uma adição sensacional ao filme (por tudo: humor, diálogo, ação, etc) e a Viúva Negra pela primeira vez sai da caricatura completa e se torna um personagem que o público se empolga pelo menos um pouco. Nick Fury continua Nick Fury, só que melhor, e Robert Redford é uma ótima adição ao elenco.


  A direção aposta sempre numa câmera na mão, o que dá um tom bacana ao filme, ao mesmo tempo que a fotografia é um pouquinho mais sombria em relação aos outros filmes da Marvel, ajudando a dar um tom mais serio ao filme. ''O Soldado Invernal'' ainda usa poucos efeitos especiais, só usando quando necessário, o que é uma decisão acertadíssima. A trilha sonora de Henry Jackson (de X-Men: Primeira Classe) é ótima, que se sobressai no tema do Soldado Invernal, porém confesso que queria ver o tema que Alan Silvestri deu ao Capitão América.


  Ainda com um Chris Evans inspiradíssimo, dando mais personalidade à um herói que pela primeira vez, pelo menos para mim, é incrivelmente empolgante, ''Capitão América 2'' é um filme que não só prova a força que a Marvel tem nas bilheterias, mas também sua qualidade. Aqui, todas as peças já estão prontas para serem encaixadas não só em Capitão América 3. mas também em ''Os Vingadores 2: A Era de Ultron''.



 NOTA: 8,0


 

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