terça-feira, 9 de julho de 2013

Crítica: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

  Chris Columbus, o diretor dos primeiros dois filmes, deixou a série. Disse que não queria mais fazer filmes de Harry Potter, e partiu pra outra. Em seu lugar, entra o aclamado Afonso Cuáron, muito respeitado pelos seus filmes. Parece uma troca simples, mas isso mudou o rumo da série para sempre, pois a partir do terceiro filme, ''Harry Potter'' passou a ter filmes infinitamente mais sombrios, deixando de lado aquela infantilidade toda vista nos primeiros filmes.



                                       


  E é impressionante como esse tom adulto casou perfeitamente na série. Pessoalmente, ainda não é o filme que eu espero quando se trata de um adaptação da excelente série de J.K. Rowling, mas ainda sim, Cuáron nos entrega um filme mais arte, adulto, e leva mais a sério a saga. E a partir deste filme, Harry Potter deixou de ser um apelo infantil e passou a ser um cinema para todas as idades.

  Particularmente, tenho esse capítulo como meu livro favorito da série, então a expectativa era grande. Dito isso, não queria grandes mudanças em relação ao livro, é claro que eu temia aconteceu em ''A Pedra Filosofal'' , em que seguiram parágrafo por parágrafo, queria que desta vez Steve K. fizesse um roteiro mais ousado. E foi o que aconteceu, o roteiro dessa vez toma decisões que diferem do livro, para melhorar a qualidade do filme, por mais que eu sinta falta de algumas passagens do livro, e por mais não temos um roteiro de gênio, ao menos faz algumas mudanças necessárias. Por outro lado, Steve K. falha imensamente em não explicar tudo o que deveria na cena da casa dos gritos. No livro, temos um imenso diálogo e várias revelações, já no filme a cena é rápida e carece de informações importantes. Outra mudanças me incomodaram, mas em sua maioria as diferenças foram bem vindas.

  Mas o verdadeiro nome do filme é Afonso Cuáron, ele deixa o filme mais adulto e insere um clima sombrio necessário para ''O Prisioneiro de Azkaban''. Além de consertar um problema que assombrava os dois primeiros filmes: o tom episódico. O diretor ainda consegue diminuir a duração do filme, ao contrário do que Columbus fazia em seus filmes de 2h30.

  Cuáron também se demonstra um ótimo diretor de atores, pois Emma Watson que me incomodava com sua atuação exagerada nos primeiros filmes, aqui está excelente e dispensa comentários. O mesmo pode ser dito sobre Daniel R., que faz sua melhor atuação até aqui, e Rupert Grint mais uma vez se demonstra perfeito para o papel de Ronald Weasley. Com a chegada de novos atores, quem se destaca é Gary Oldman com seu Sirius Black, e encarna o prisoneiro de forma excelente. Infelizmente, Michael Gambom (o novo Dumbledore) falha em querer fazer um diretor mais ''jovem'', que sai correndo pelo salão principal e grita para fazer seus discursos, um erro pois o verdadeiro Dumbledore era sereno e calmo.

 Em aspectos técnicos, ''O Prisioneiro de Azkaban'' não é uma experiência visual tão linda quanto ''A Câmara Secreta'', mas a fotografia mais escura ajuda imensamente a inserir esse tom sombrio e adulto para o filme. Os efeitos obviamente crescem, e o hipogrifo Bicuço é a melhor criatura criada pela saga até então. O compositor JohnWillians volta com sua trilha, desta vez que tem seus altos e baixos. A cena em que Harry      voa com Bicuço tem uma música magnífica de fundo, mas em outras cenas como a dos dementadores, o músico investe em um conjunto de barulhos que fazem doer os nosso ouvidos.

  Sendo infinitamente melhor que ''A Pedra Filosofal'', e estando em um passo a frente em relação á ''Câmara Secreta'', este terceiro filme demonstra que a saga ''Harry Potter'' pode sim ser considerada um cinema arte, e Cuáron mostra isso mudando o rumo da série para sempre.


NOTA: 8-MUITO BOM

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