Crítica: Hitchcock (2012)

  Como vocês bem sabem, ''Psicose" é um dos meus filmes favoritos. O que me despertou uma imensa curiosidade para assistir a esse filme, afinal, se trata dos bastidores e os problemas que o diretor teve para criar esse clássico magnífico. Mas é uma pena que o roteiro resolve se distanciar disso, se preocupando mais com uma trama de ciúmes entre o Mestre do Suspense e sua mulher, do que realmente com a produção do filme.

  Na trama, Alfred Hitchcock está sem ideias para um novo filme. Até que um certo livro chamado ''Psycho"  o despertou a ideia de adaptá-lo. Mas diversos problemas no set de filmagem e com sua mulher atrasam isso, e juntamente vemos uma história sem graça de sua esposa trabalhando num roteiro de um escritor fracassado.

                                   
                                        


  Começando com elogios, talvez o maior acerto do filme seja por parte da escalação de elenco. Temos um Hitchcock vivido por Anthony Hopkins que faz um ótimo trabalho, apesar de muitas partes estar meio exagerado, mas no geral uma atuação muito boa. E Hellen Mirren interpretando a esposa do diretor (Alma) também de uma forma excelente. Juntamente temos ótimos papéis como o de Scarlet Johansson fazendo a atriz da ''moçinha'' da obra-prima.

  Além disso, temos uma ótima maquiagem, principalmente quando se trata do ator principal, e justifica sua indicação ao Oscar 2013, mas que não merecia ganhar de maneira alguma, pois sei do que Peter Jackson foi capaz de fazem em ''O Hobbit". Além de uma fotografia belíssima, toda iluminada e cheia de cores. Como se não bastasse, o filme ainda consegue recriar toda sua época com sua excelente direção de arte.

 Mas infelizmente o roteiro não consegue acertar nem ao menos no título do filme (pois os desenformados vão achar que se trata de uma biografia do diretor, o que não é). Tudo bem, ele tem seus méritos, por exemplo a caracterização de personagens e contribuem em algumas boas cenas. O problema foi querer desviar do que o filme prometia: ao invés de fazer um filme sobre a produção de Psicose, sentimos que estamos assistindo á uma fase dura entre o casamento do diretor e sua mulher, e oque eles fizeram para superar isso. Em certo momento me perguntei se estava vendo á uma comédia romântica.

  E os roteiristas falham até nesse romance em que o filme mais vai atrás. É totalmente sem graça, lotado de clichês, não desperta um pingo de interesse e é resolvido de maneira no mínimo patética. E isso é triste pelo fato de que quando o filme procura mostrar o que ele prometia (a produção de Psycho) ele consegue empolgar muito e particularmente conseguiu me entreter. A sequência final da pós-produção do filme é incrível, e a cena em que o protagonista dança ao lado do cinema em que está sendo exibido seu filme, na minha opinião é memorável.

  Mas quando a história parte para essa historinha chata somos levados a longos minutos de tortura. Além de ter um tom episódico que felizmente vai se ajeitando ao longo do filme, mas no seu primeiro ato é muito constante e nos da a sensação de que nada está conectado.

  Tendo uma direção que não toma nenhuma decisão corajosa, ''Hitchcock" fica devendo muito ao clássico em que se refere, e ao seu próprio diretor. Temos um filme não digno da obra-prima, e que se preocupa mais no ciúmes do casal  do que seu foco principal, e isso fica bem claro na última mensagem do filme antes dos créditos.


NOTA: 6-MEDIANO