sábado, 30 de novembro de 2013

Crítica: O Hobbit - Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey, 2012)

Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh, Phillipa Boyens, Peter Jackson
Com: Martin Freeman, Richard Armitrage, Ian McKellen





  O primeiro capítulo da adaptação de ''O Hobbit'' para os cinemas, é definitivamente muito diferente do que foi feito com ''O Senhor dos Anéis'', em 2000/2001/2003. Enquanto este tinha um tom de urgência, trevas, perigo, guerra, ''Uma Jornada Inesperada'' se concentra em explorar mais a Terra-Média, em um clima mais engraçado e de mais fantasia. E não pensem nem por um segundo que isto é algo ruim, pois explorando muito bem seus personagens e motivando-os, a primeira parte da adaptação surge como um filme que, mesmo não sendo tão ambicioso e artístico como ''A Sociedade do Anel'', é sim muito bem feito e gostoso de se assistir.


  O filme, como disse, não é todo perfeito. Tem seus erros (e que são graves). A divisão da adaptação em três partes, pode ser comprovada aqui que foi sim de um apelo comercial. Parece que as roteiristas tentaram encher tanto a história, para assim aumentar a duração do longa, que algumas situações pareceram simplesmente forçadas e desnecessárias, assim como alguns personagens (Radagast, por exemplo, que além de tudo é chato). Além dessa confusão, as quebras de ritmo atrapalham MUITO a qualidade da obra. A fuga dos orcs não levam a nada, assim como a batalha dos gigantes e outras cenas simplesmente se estendem mais do que deveriam. E convenhamos, pra que 2h40 de filme ? Erros gravíssimos que particularmente me incomodaram muito.


  Porém, há acertos, e muitos deles. O roteiro é acertado em, por exemplo, dar motivações não presentes no livro aos personagens. Thorin ganha um excelente background, Bilbo tem mais propósito de ir com os anões, a companhia quer algo que vai além de ouro e até mesmo Gandalf é melhor explorado nesse sentido. E a inclusão de Azog, o Profano como o grande vilão do filme, é genial. A história do Necromante é interessante e as conversas envolvendo esse perigo são bacanas, porém, as vezes essa trama paralela acaba cortando o ritmo do filme.


  Peter Jackson comete erros bobos de posição de câmera durante o filme, porém é ótimo em conduzir suas sequências de ação no filme e um tom épico quando necessário. Além disso, seus travellings não lembram nada de Senhor dos Anéis porém  caem muito bem no filme, uma maneira J.J. Abrams de fazer filmes.


  O design de produção é obviamente fantástico, mais ainda do que na trilogia anterior, retratando muitíssimo bem o que imaginamos no livro. Assim como a fotografia, que além de competente em ajudar a compor a história é belíssima. A trilha sonora de Howard Shore é muito boa, porém decepciona visto que seus melhores momentos é quando ele simplesmente chupa as melodias de O Senhor dos Anéis, porém, a música tema para o filme é deveras excelente.


  E retomando o que disse: ''Uma Jornada Inesperada'' pode não ser o retorno perfeito à Terra-Média, mas é sem dúvidas competente e muito divertido mesmo com erros que podem e devem ser corrigidos nas sequências. Torcemos então, para que Smaug retorno com tudo e nos proporciono uma obra-prima, em apenas duas semanas!


NOTA: 8,5



 

 

Comentários: Sherlock - Temporadas 1 e 2.

Criadores: Mark Gatiss, Steven Moffat
Com: Benedict Cumberbatch, Martin Freeman
 




  ''Sherlock'' é uma série britânica memorável e aclamada pela crítica. O seriado pega o clássico personagem Sherlock Holmes e nos dá uma versão no dia de hoje, e o mais interessante é que mesmo sendo de diferentes épocas, esse detetive tem completamente toda a essência que fez o clássico dar certo. Agora que tenho Netflix em casa, tenho a possibilidade de ver mais séries de TV e comentá-las aqui no blog. Minha primeira experiência, não podia ser melhor.


  A série é, realmente, genial. Em cada episódio temos um caso que nossos detetives precisam resolver, porém com uma ligação. Talvez seu maior triunfo seja justamente os personagens. Em especial, Sherlock, vivido de maneira BRILHANTE por Benedict Cumberbatch, tal interpretação chega a ser absurda de tão boa, em que temos um personagem desumano, mas que a cada episódio vai se tornando mais ''amável''. Sem contar que o carisma dele é ótimo, com o jeito Sherlock Holmes de ser, respeitamos e nos divertimos muito com o personagem. E John Watson, interopretado pelo excelente Martin Freeman, um sujeito que sente falta da guerra e com que o público mais se identifica.


SEASON 1


A primeira temporada é ótima, mas decepciona por alguns aspectos. O primeiro episódio, é excepcional, e um dos melhores da série toda, o segundo, porém, apresenta uma queda absurda, e o terceiro também não recupera o ritmo por completo. O resultado é uma surpresa, seguida por expectativa e depois decepção, infelizmente. Sem contar que o Sherlock do segundo episódio é simplesmente diferente dos outros, muito sério e que parece se ''preocupar'' com as outras pessoas, algo que ele não faz muito.

NOTA: 8/10




SEASON 2


Já essa temporada, por mais que deslize um pouquinho no segundo episódio, é excelente. Os coadjuvantes são mais interessantes, como Domanitrix e Moriarty, dois vilões fantásticos. A temporada explora ainda mais o lado ''humano'' de Sherlock, e o final do terceiro episódio é de deixar na tortura pela espera da terceira temporada.

NOTA: 9/10


A Terceira Temporada chega em Janeiro.

domingo, 24 de novembro de 2013

5 Trajes para o Batman que queremos ver em Batman/Superman!

Queremos um uniforme inovador para as próximas aventuras do Batman estreladas por Ben Affleck. O uniforme escolhido para o morcegão em Batman/Superman, irá ser o uniforme que veremos também no filme da Liga da Justiça e em outros filmes solo. Por isso, vou listar meus trajes favoritos em que a Warner deve se basear.


5. Batman Incorporated





4. The Dark Knight Returns





3. Batman The New 52





2. Batman de Jim Lee





1. Batman - Arkham Origins










                                            

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Possíveis nomes para o filme do Superman/Batman !




                                               






Basicamente todos os dias saem novos rumores sobre o filme que irá reunir Batman e Superman. Temos já a Mulher-Maravilha quase certa no filme, assim como o Asa Noturna. E hoje, saíram boatos dos nomes que a Warner estaria indo atrás para o filme. Confira aqui os títulos, suas traduções e meus favoritos.



1. Man of Steel Battle the Kinight (O Homem de Aço contra o Cavaleiro)

2. Man of Steel - Beyond Darkness (O Homem de Aço: Além das Trevas)

3. Man of Steel - Black of Knight (O Homem de Aço: O Cavaleiro Negro)

4. Man of Steel - Darkness Falls (O Homem de Aço: A Queda da Escuridão)

5. Man of Steel - Knight Falls (O Homem de Aço: A Queda do Cavaleiro)

6. Man of Steel - Shadow of the Night (O Homem de Aço: Sombra da Noite)

7. Man of Steel - Blackest Hour (O Homem de Aço: A Hora Mais Escura)

8. Man of Steel: The Darkness Within (O Homem de Aço: As Trevas Internas)


Gosto do fato de todos trazerem ''Man of Steel'' no título, afinal, é um filme e uma franquia do Superman, não há o menor sentido de colocar o nome do Batman primeiro (por mais que esse é o personagem que eu mais quero ver no filme). Dentre todos eles, meu favorito é ''Man of Steel: Darkness Falls'', pelo fato de que tudo indica de que será igual ao filme. Em minha mente, como já sabemos que veremos um Bruce Wayne esgotado, cansado, seria ótimo vê-lo apenas enxergando escuridão no mundo, apenas tristeza. Até que o Superman, consegue inspirá-lô a ver a luz, a bondade, por isso, as trevas caem, e isso é dito no título, ''A Queda da Escuridão''. Excelente. Entre o resto, gosto muito também de ''Beyond Darkness'' e ''The Darkness Within''. Agora é só aguardar as próximas notícias, que prometo trazê-las todas aqui!




                                        

domingo, 17 de novembro de 2013

Últimos filmes que vi em casa e suas notas!



''Quero Ser John Malkovich'' - 9,0




''O Homem de Aço'' - 8,0



''Alien: O 8 Passageiro'' - 8,5



''Caché'' - 9,0




''O Fabuloso Destino de Amélie Poulain'' - 10,0


sábado, 16 de novembro de 2013

Crítica: Jogos Vorazes - Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire, 2013)

Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Michael Ardnt, Simon Beaufoy
Com: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson






  Devo admitir, que sou um grande fã da obra original de Suzanne Collins. A excelente escritora usa um mundo fictício e nele insere diversas críticas sociais com um romance muito bem conduzido e nada muito meloso. Por isso, temia profundamente que o filme poderia se preocupar apenas com os adolescentes que gritam no cinema e jogassem fora todo o simbolismo presente no livro. Porém, felizmente, a equipe de ''Em Chamas'', apresenta um filme completamente fiel ao livro, e mantendo seu tom pesado, simbólico, revolucionário e de esperança. O resultado é um filme superior ao primeiro e uma série que se revela mais do que um apelo comercial - mas sim, um apelo artístico.


 Bem, sem mais de longas, como adaptação: perfeito. Não encontrei uma só cena em que fiquei decepcionado com a adaptação, o roteiro consegue ser fiel ao livro, sem cortar cenas importantes e ao mesmo tempo, inserir várias outras sequências para não termos a sensação que estamos relendo o livro porém com algumas imagens. Entre algumas cenas ''adicionadas'', o roteiro acerta em cheio em as vezes nos mostrar do ponto de vista do Presidente Snow ou de Plutarch (Phillip Seymor Hoffman, ótimo.


  Outra virtude do texto é deixar a arena apenas para os 40 minutos finais, assim é muito mais prazeroso ver o clima de revolução e político do resto do filme, e a ação, na arena, é deixada para o final. Por mais que a maioria das sequências de ação são muito bem condizidas por Francis Lawrence, que consegue fazer um uso decente de câmera na mão, coisa que o primeiro filme não conseguiu fazer, a sequência na arena poderia facilmente ser cortada em uns 15 minutos, pois em certo momento, pela primeira vez sentia que o filme estava entediante.


  O diretor Francis Lawrence é eficiente á não transformar Panem em um lugar bonito e divertido, mas sim em um país triste e frio, com uma chama de esperança brotando na população, para assim, derrubar a capital. Os simbolismos são muito bem usados, como a capital, rica, enquanto os outros distritos são pobres . Ainda temos os pacificadores, que lembram muito inclusive, a PM e sua repressão nas manifestações de Junho deste ano.


  Em atuações, mais uma vez Jennifer Lawrence prova para mim que ela é muita atriz muito eficiente. Sentimos seu sofrimento, sua dor. Até mesmo Josh Hutcherson, sim, o garoto que fez pavorosamente o pavoroso ''Viagem ao Centro da Terra'', aqui está muito bem. Outros coadjuvantes são dão bem, como Woody Harrelson, muito divertido como Haymitch, e Donald Sutherland, excelente como presidente Snow. Outra que merece destaque é Jena Malone, ótima como Johanna que ganha muito tempo em tela (sabiamente) nesse filme.


  A fotografia é muito, muito bem utilizada, em que temos inclusive uma mudança de coloração quando estamos na Capital (mais claro, mostrando o poder dela) e nos Distritos (cinzenta, mostrando o sofrimento). Os efeitos especiais são ótimos, a trilha sonora é muito boa, e até mesmo a maquiagem, muito menos exagerada do que no primeiro filme.


  ''Jogos Vorazes - Em Chamas'' prova que nem todas as séries que vem de origem literária para jovens podem cair na ''crepusculada'' e se tornar um filme apenas para fazer fãs gritarem no cinema. É um longa inteligente o bastante para ficar na cabeça de qualquer fã de cinema, e ainda, agradar a todos que leram ao livro. ''Em Chamas'' é mais um capítulo forte, pesado e bom o bastante para uma série que vai se revelando excelente.


NOTA: 8,0


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Crítica: Capitão América - O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, 2011)

Direção: Joe Jonhston
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Com: Chris Evans, Hugo Weaving, Tommy Lee-Jones





  É realmente muito complicado que, um filme de origem americana, que traz um herói com a bandeira dos EUA no peito, não caísse em patriotismo puro. A surpresa é que os roteiristas e seu diretor, felizmente deixam o nacionalismo de lado como na maioria dos quadrinhos, abraçando o jeito Marvel de ser, entregando uma grande aventura divertida e gostosa de se assistir. Mais do que isso, o cineasta Joe Johnston consegue nos fazer lembrar do jeito Steven Spielberg de fazer seus filmes, retomando esse gênero com um filme que é muito bom, mas que infelizmente, comete erros tão bobos que me fazem ter vontade de estapear os envolvidos - mas ao mesmo tempo agradecer.


  Quase tudo nesse filme conseguiu me surpreender (já tinha visto o filme 2 anos antes, em uma época que não tinha um pensamento crítico por isso não gostei do filme). A começar por Chris Evans, que havia nos presenteado com um pouco de vergonha alheia com o seu Tocha-Humana na pavorosa franquia do Quarteto Fantástico. O ator é a escolha certa para o papel, consegue transmitir muito bem o garoto franzino do primeiro filme, e o amadurecido Steve Rogers que toma suas próprias decisões do meio para o fim. O resto do elenco está ótimo, Haley Atwell está apaixonante, e Tommy Lee-Jones divertidíssimo. Quem fica para trás, porém, é Hugo Weaving, mas por causa de seu personagem, não exitando em soltar frases de efeito e não inspirar nenhum carisma.


  O diretor, Joe Johnston (de Rockteer) consegue trazer muito bem o clima de ''Os Caçadores da Arca Perdida'', por exemplo. Vou até além: ele faz aqui o filme que mais consegue se parecer das obra de aventura de Spielberg, e isso é um elogio para qualquer um. Para ajudar a compor esse clima, temos a fotografia, a mais bela da Marvel até o momento, e a direção de arte, simplesmente impecável em trazer a época em que o filme se passa para nós. A trilha sonora, composta por Alan Silvestri, tem seus momentos, mas ganha destaque pela música-tema criada. Espero que ela apareça na continuação do ano que vem, ''Capitão América - O Soldado Invernal''.


  O roteiro cria uma solução muito boa para contar a origem do Capitão América. Ele começa como um ícone dos filme e apenas uma mera propaganda, até chegar no momento certo e tomar uma iniciativa de herói. O personagem, aliás, é muito bem construído. É um sujeito que SEMPRE quis ser um herói, não é como um Peter Parker que vê que tem essa responsabilidade quando é picado por uma aranha, Rogers quer fazer a diferença no mundo.


  Mas os elogios não para por aí, os efeitos especiais são excelente, com destaque á tecnologia que fez o grandalhão Chris Evans ficar magricela e pequeno, em uma técnica que particularmente só me incomodou no início, mas depois continua completamente natural.


  Porém, tenho que dizer, o filme comete uns erros tão, mas tão bobinhos. Como é que um diretor que recria tão bem a época e nos entrega um tom tão fantástico, não consegue acertar em sequer uma cena de ação ? Não há sequências de ação que prestem em ''Capitão América - O Primeiro Vingador''. E isso é realmente muito grave para um filme de aventura. Além disso, tive a sensação que as coisas acontecem muito rápido, em basicamente dois dias Steve é recusado pelo governo e é encontrado pelo cientista que te dá uma chance. Além de outros momentos. Sem contar a quebra de ritmo que cobre alguns minutos, que acontece após Rogers se tornar forte (cena aliás, que falha terrivelmente em inserir uma cena de ação logo após um acontecimento tão importante acontecer).


  Isso acaba atrapalhando muito uma obra que podia ser tão bacana e ao mesmo tempo, inteligentíssima. Mas isso não deixa o filme ruim, pelo contrário, ''O Primeiro Vingador'' é um dos grandes triunfos da Marvel Studios e um filme ótimo de aventura que resgata gêneros já perdidos.


NOTA: 8,0


Crítica: Serra Pelada (2013)

Direção: Heitor Dhalia
Roteiro: Heitor Dhalia, Vera Egito
Com: Juliano Cazarré, Wagner Moura e Sophie Charlotte





  ''Serra Pelada'' é um filme nacional muito, muito bom. Foi realmente uma grande surpresa a que eu tive após sair da sessão do longa, cujo não tinha grandes expectativas, e sair bem satisfeito da sala de cinema. O cineasta Heitor Dhalia entrega uma das melhores obras nacionais do ano, e que consegue ir além do simples tema da Serra Pelada, mesmo que continue explorando esse tema de maneira ótima.


  O roteiro trabalha com ótimos personagens, como o protagonista, que quer apenas ver sua família e vai sendo sugado cada vez mais por Serra Pelada, e o personagem de Juliano Cazarré, lembrando até o arco de Michael Corleone em ''O Poderoso Chefão'', em um sujeito decente que acaba se tornando abominável. Sem contar a presença do sensacional Wagner Moura fazendo um dos papéis mais divertidos de sua carreira, sem dúvidas o personagem que rouba o filme.


 O filme não é ao todo original, ele pega muitos elementos de filmes como ''Cidade de Deus'' e até ''Tropa de Elite'', sem contar a narração presente em quase todos os filmes do Brasil, apenas para simplificar as coisas. Mas a maneira  que o roteiro conduz sua ótima história, é muito boa, sem pressas, com calma, até o momento final. Mesmo que a transformação do ''grandão'' soe meio forçada.


  O diretor Heitor Dhalia também se saí muito bem, sem quebras de ritmo e sempre com uma visão do que quer. Mesmo que falhe no seu uso excessivo de câmera na mão que acaba se tornando genérico, quando utilizado até mesmo numa cena de luta em que dois personagens estão com a mesmo cor e a sequência é quase impossível de se acompanhar. Porém, ele consegue criar um ótimo clima de terror e perigo presente em Serra Pelada e ao mesmo tempo nos transmite o olhar de esperança dos personagens, que por sinal, são muito bem interpretados.


  Se ''Serra Pelada'' não tem as qualidades artísticas de ''Faroeste Caboclo'', ao menos consegue entreter um pouco mais e se tornar uma ótima experiência. Que o futuro do cinema nacional continue bem, mas por favor, com mais ideias originais.


NOTA: 8,0




segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Crítica: Faroeste Caboclo (2013)

Direção: René Sampaio
Roteiro: Victor Atherino, Marcos Bernstein
Com: Fabrício Boliveira, Ísis Valverde, Felipe Abib





  Hoje em dia, tudo é adaptado para o cinema. Livros, contos, games, e...canções. Nem mesmo as músicas fogem de produções muitas vezes com um apuro simplesmente comercial, com o objetivo de vender um filme que é uma bobagem e uma perda de tempo. Por isso, é muito bom e prazeroso ver que a canção de Legião Urbana foi tão bem adaptada, e o melhor, pelo próprio cinema brasileiro, apresentando, um de seus melhores trabalhos no ano de 2013.


  O fator talvez mais interessante, seja o fato de que o diretor, René Sampaio, seja estreante em longas metragens e demonstre tamanho talento para um filme de responsabilidade absurda. O cineasta faz planos inteligentes, bonitos visualmente. Até mesmo quando faz o uso de uma câmera subjetiva, assumindo o papel de um balde que, após virar completamente, descobrimos que foram passados alguns anos, desde já vemos que o diretor não perde tempo com bobagem. Igualmente ótima, está a montagem, inserindo bem os flashbacks, e as lembranças que o protagonista tem ao longo do filme, sem ser de uma forma genérica, sempre orgânica e nos dando um tom de diferença e urgência, ou até raiva.


  O roteiro consegue se virar bem com a canção, fazendo mudanças necessárias, e ao mesmo tempo sem perder a essência. O texto trabalha muito bem os personagens principais, que vivem em uma atmosfera de tristeza e que, quando se encontram, vêem um pouco de alegria e esperança. Isso com a ajuda da fotografia, sem cor e escura quando os personagens estão sozinhos, e mais viva quando estão juntos. Assim como a direção de arte, criando muito bem o sertão e o barraco onde vive João, e a ambientação de rock e drogas que está ao redor de Maria Lúcia.


  Fabrício Boliveira faz uma composição excelente de João, mesmo com toda sua raiva e algumas atitudes covardes, conseguindo surpreendentemente aspirar um pouco e encanto e bondade. Assim como Ísis Valverde, com sua personagem completamente triste no primeiro ato, que se recupera no segundo e que cada vez mais vai se devastando completamente. Outro que surpreende é Felipe Abib com seu vilão Jeremias, mesmo que seu personagem as vezes soe um pouco forçado.


  Sem contar a trilha sonora, muitas vezes composta por músicas do próprio Legião Urbana, que no som alto de uma boa sala de cinema (meu caso) fica incrível e empolgante, bom para qualquer um.


  ''Faroeste Caboclo'' consegue ser, então, um filme bem eficiente, surgindo como uma chama de esperança para um ótimo cinema nacional, e ainda nos proporcionando o surgimento de um novo e promissor cineasta, assim se junta com os ótimos ''A Busca'' e ''Serra Pelada'' como as melhores produções nacionais do ano (me perdoem se não vi O Som ao Redor). Um filme para fazer qualquer um se emocionar, porém, em especial, os brasileiros.

NOTA: 8,0