terça-feira, 12 de novembro de 2013

Crítica: Serra Pelada (2013)

Direção: Heitor Dhalia
Roteiro: Heitor Dhalia, Vera Egito
Com: Juliano Cazarré, Wagner Moura e Sophie Charlotte





  ''Serra Pelada'' é um filme nacional muito, muito bom. Foi realmente uma grande surpresa a que eu tive após sair da sessão do longa, cujo não tinha grandes expectativas, e sair bem satisfeito da sala de cinema. O cineasta Heitor Dhalia entrega uma das melhores obras nacionais do ano, e que consegue ir além do simples tema da Serra Pelada, mesmo que continue explorando esse tema de maneira ótima.


  O roteiro trabalha com ótimos personagens, como o protagonista, que quer apenas ver sua família e vai sendo sugado cada vez mais por Serra Pelada, e o personagem de Juliano Cazarré, lembrando até o arco de Michael Corleone em ''O Poderoso Chefão'', em um sujeito decente que acaba se tornando abominável. Sem contar a presença do sensacional Wagner Moura fazendo um dos papéis mais divertidos de sua carreira, sem dúvidas o personagem que rouba o filme.


 O filme não é ao todo original, ele pega muitos elementos de filmes como ''Cidade de Deus'' e até ''Tropa de Elite'', sem contar a narração presente em quase todos os filmes do Brasil, apenas para simplificar as coisas. Mas a maneira  que o roteiro conduz sua ótima história, é muito boa, sem pressas, com calma, até o momento final. Mesmo que a transformação do ''grandão'' soe meio forçada.


  O diretor Heitor Dhalia também se saí muito bem, sem quebras de ritmo e sempre com uma visão do que quer. Mesmo que falhe no seu uso excessivo de câmera na mão que acaba se tornando genérico, quando utilizado até mesmo numa cena de luta em que dois personagens estão com a mesmo cor e a sequência é quase impossível de se acompanhar. Porém, ele consegue criar um ótimo clima de terror e perigo presente em Serra Pelada e ao mesmo tempo nos transmite o olhar de esperança dos personagens, que por sinal, são muito bem interpretados.


  Se ''Serra Pelada'' não tem as qualidades artísticas de ''Faroeste Caboclo'', ao menos consegue entreter um pouco mais e se tornar uma ótima experiência. Que o futuro do cinema nacional continue bem, mas por favor, com mais ideias originais.


NOTA: 8,0




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