sábado, 16 de novembro de 2013

Crítica: Jogos Vorazes - Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire, 2013)

Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Michael Ardnt, Simon Beaufoy
Com: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson






  Devo admitir, que sou um grande fã da obra original de Suzanne Collins. A excelente escritora usa um mundo fictício e nele insere diversas críticas sociais com um romance muito bem conduzido e nada muito meloso. Por isso, temia profundamente que o filme poderia se preocupar apenas com os adolescentes que gritam no cinema e jogassem fora todo o simbolismo presente no livro. Porém, felizmente, a equipe de ''Em Chamas'', apresenta um filme completamente fiel ao livro, e mantendo seu tom pesado, simbólico, revolucionário e de esperança. O resultado é um filme superior ao primeiro e uma série que se revela mais do que um apelo comercial - mas sim, um apelo artístico.


 Bem, sem mais de longas, como adaptação: perfeito. Não encontrei uma só cena em que fiquei decepcionado com a adaptação, o roteiro consegue ser fiel ao livro, sem cortar cenas importantes e ao mesmo tempo, inserir várias outras sequências para não termos a sensação que estamos relendo o livro porém com algumas imagens. Entre algumas cenas ''adicionadas'', o roteiro acerta em cheio em as vezes nos mostrar do ponto de vista do Presidente Snow ou de Plutarch (Phillip Seymor Hoffman, ótimo.


  Outra virtude do texto é deixar a arena apenas para os 40 minutos finais, assim é muito mais prazeroso ver o clima de revolução e político do resto do filme, e a ação, na arena, é deixada para o final. Por mais que a maioria das sequências de ação são muito bem condizidas por Francis Lawrence, que consegue fazer um uso decente de câmera na mão, coisa que o primeiro filme não conseguiu fazer, a sequência na arena poderia facilmente ser cortada em uns 15 minutos, pois em certo momento, pela primeira vez sentia que o filme estava entediante.


  O diretor Francis Lawrence é eficiente á não transformar Panem em um lugar bonito e divertido, mas sim em um país triste e frio, com uma chama de esperança brotando na população, para assim, derrubar a capital. Os simbolismos são muito bem usados, como a capital, rica, enquanto os outros distritos são pobres . Ainda temos os pacificadores, que lembram muito inclusive, a PM e sua repressão nas manifestações de Junho deste ano.


  Em atuações, mais uma vez Jennifer Lawrence prova para mim que ela é muita atriz muito eficiente. Sentimos seu sofrimento, sua dor. Até mesmo Josh Hutcherson, sim, o garoto que fez pavorosamente o pavoroso ''Viagem ao Centro da Terra'', aqui está muito bem. Outros coadjuvantes são dão bem, como Woody Harrelson, muito divertido como Haymitch, e Donald Sutherland, excelente como presidente Snow. Outra que merece destaque é Jena Malone, ótima como Johanna que ganha muito tempo em tela (sabiamente) nesse filme.


  A fotografia é muito, muito bem utilizada, em que temos inclusive uma mudança de coloração quando estamos na Capital (mais claro, mostrando o poder dela) e nos Distritos (cinzenta, mostrando o sofrimento). Os efeitos especiais são ótimos, a trilha sonora é muito boa, e até mesmo a maquiagem, muito menos exagerada do que no primeiro filme.


  ''Jogos Vorazes - Em Chamas'' prova que nem todas as séries que vem de origem literária para jovens podem cair na ''crepusculada'' e se tornar um filme apenas para fazer fãs gritarem no cinema. É um longa inteligente o bastante para ficar na cabeça de qualquer fã de cinema, e ainda, agradar a todos que leram ao livro. ''Em Chamas'' é mais um capítulo forte, pesado e bom o bastante para uma série que vai se revelando excelente.


NOTA: 8,0


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